segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Conexão jornalimo - Leitor mostra que indignação está além das UPPs - trem, metrô, ônibus, barcas...

Um internauta seguidor de Conexão escreve indignado contra os serviços ruins do Estado e que não são destacados pela mídia tradicional. Sua carta tem um tom de revolta tão contundente  e verdadeiro que decidimos elevá-lo para que estivesse acessível a todos. Ele assina como Agricola.

Sob a égide do combate ao tráfico de drogas e a criação das UPP's, o governador Sérgio Cabral renovou por 25 anos a concessão para exploração do transporte ferroviário com uma empresa que vinha submetendo a população do Rio de Janeiro a uma série de transtornos.

Pouco depois, outra empresa assumiu a concessão sem qualquer discussão com a sociedade e sem nenhuma manifestação crítica da imprensa, dos sindicatos, das organizações sociais como um todo e, principalmente, do próprio Sindicato dos Ferroviários.
O que aconteceu nesta sexta-feira (16 de dezembro de 2011) foi simplesmente a consumação de uma tragédia anunciada.
Os atrasos, paradas sem explicações, trens que andam sozinhos pelas vias, o calor insuportável das composições e demais desmandos da SuperVia passam batido sem críticas dessa hoje desmoralizada mídia, que vive hoje somente de escândalos e fofocas.
Mas o pior é que partidos que se dizem de esquerda como PT, PDT, PCdoB (tem mais algum?) não se unam e formem uma frente pela moralização dos transportes no Rio de Janeiro.
As barcas deixam seus usuários em constante estado de expectativa negativa, apesar dos esforços isolados do deputado Gilberto Palmares, que presidiu uma CPI, emitiu relatórios e exigiu providências, sob o silêncio do governador das UPP's.
Os "corredores" criados pelo prefeito Eduardo Paes não resolveram o problema dos constantes, irritantes e desrespeitosos congestionamentos, que transformam percursos que deveriam durar alguns minutos em desgastantes viagens sem hora certa de chegada.
A superVia é isso aí que aconteceu nesta sexta-feira em Oswaldo Cruz. Seres humanos presos por cerca de 40 minutos num verdadeiro microondas, sem nenhuma satisfação da empresa.
E aí vem o pior: quando cidadãos de bem, que são tratados diariamente pela Supervia como prisioneiros de campos de concentração, protestam, surge a já infelizmente conhecida incapacidade e brutalidade da PM para tratar cidadãos como criminosos.
Espero, sinceramente, que os partidos de esquerda se pronunciem.
A população do Rio de Janeiro não é formada somente pelos moradores das "comunidades carentes" hoje tomadas pelas UPP's.
A grande maioria é formada por homens e mulheres de bem que pagam seus impostos, e pelo fornecimento de água e energia e que merecem respeito e um tratamento digno no seu dia a dia.
Mas não têm direito a um transporte digno e não podem protestar.
Chega!
E eu não vou falar aqui do estado lamentável a que estão relegados nossos setores de Saúde e Educação.
A realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas não vão resolver todos os problemas do Rio.
Isso é falácia e, politicamente, molecagem, descaso e irresponsabilidade.
O Rio não é só UPP


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