sábado, 4 de fevereiro de 2012

Conexão Jornalismo - Maia indica apoio à CPI da Privataria

Por Altamiro Borges

Marco Maia tira CPIs da gaveta e põe oposição na mira

No primeiro dia da volta do recesso parlamentar, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), criou três comissões parlamentares de inquérito, deixando a oposição na mira da CPI da Privataria. Desde que assumiu o cargo há um ano, Maia vinha barrando todos os pedidos de CPI. Agora, além das três abertas na quinta-feira, há mais duas na lista de espera: a que busca apurar o pagamento dos royalties da mineração e o pedido de investigação de privatizações no país com base no livro A Privataria Tucana.




As regras da Câmara permitem o funcionamento de cinco CPIs ao mesmo tempo. Maia tem em mãos um instrumento de pressão sobre a oposição, com potencial de desgaste político ainda maior em um ano eleitoral. O livro usado no requerimento de CPI, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., aborda a chamada era das privatizações do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

O pedido foi apresentado pelo deputado Delegado Protógenes (PC do B-SP), com o apoio de 184 parlamentares, no encerramento dos trabalhos legislativos em dezembro. Ele pede a investigação das denúncias de "irregularidades e lavagem de dinheiro" citadas no livro. Protógenes argumenta que as situações relatadas "constituem ameaças reais à democracia brasileira e por isso são preocupações atuais de todos brasileiros" e que são acontecimentos "que ainda repercutem na política brasileira pondo em risco o projeto de democracia" e que continuarão a repercutir caso não sejam tomadas providências.

Pressão nas ruas e nas redes

A decisão de Marco Maia de autorizar a criação de CPIs deve agitar Brasília nas próximas semanas. Na cobertura "jornalística" sobre a pauta legislativa de 2012, a mídia privatista simplesmente omitiu o tema da privataria - assim como mantém o silêncio criminoso sobre o best-seller de Amaury Ribeiro. Já os líderes do PSDB e do DEM se fingiam de mortos, requentando denúncias de corrupção contra ministros do governo Dilma. Agora, a coisa pode mudar de figura, esquentando o cenário político.

É evidente que o jogo de pressão - nos bastidores e na mídia venal - será violento para abortar a instalação da CPI da Privataria. Também haverá muitas manobras pragmáticas para evitar a apuração das maracutaias processo de privatização na era FHC. Daí a importância de reforçar a pressão nas ruas e nas redes pela imediata instalação desta explosiva comissão parlamentar de inquérito.

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