quinta-feira, 15 de março de 2012

Cachoeira já negocia delação premiada. Planalto acompanha negociação

Delação premiada: Cachoeira vai abrir o bico?

Da Redação

O contraventor preso durante a Operação Monte Carlo, da Política Federal, no fim de fevereiro, Carlinhos Cachoeira negocia acordo de delação premiada. Reportagem publicada pelo repórter Felipe Patury, da Revista Época acrescenta que o Palácio do Planalto já foi informado do início das negociações e acompanha o caso.


As negociações do bicheiro com o Ministério Público causam apreensão em muitos setores políticos e empresariais. Isto porque as suas relações são tão extensas e complexas que chegam a ser uma ameaça para governos constituídos e políticos tratados até há pouco como personagens de vida ilibada.

Qual teria sido, digamos, sua participação na campanha que elegeu o governador tucano Marconi Perillo em Goiás? E suas relações com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO)? Que tanto eles conversavam nas 298 ligações telefônicas trocadas entre os dois? Demóstenes confessou ter recebido uma cozinha de presente do bicheiro e era o número 01 entre aqueles que se comunicavam com Cachoeira através de um aparelho de Nextel trazido dos Estados Unidos.
Há informações também de que Cachoeira foi o responsável por dezenas de indicações políticas dentro do governo de Goiás, muitas das quais para a área de Segurança Pública.
Os segredos guardados com Cachoeira não se resumem a políticos do DEM e do PSDB. O deputado federal Rubens Otoni, do PT, foi registrado em vídeo negociando uma doação de campanha no valor de R$ 100 mil – e que não seria declarada. Não há provas de que tenha recebido o dinheiro. Cachoeira também poderia esclarecer qual é sua relação com o delegado e deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B) e como foram seus encontros, com a presença do sargento Dadá? Protógenes diz já ter colhido 136 assinaturas das 171 necessária para a instauração de uma CPI.
Há ainda muita curiosidade quanto a sua relação com a Delta Engenharia e sobre a razão por que ele tinha livre acesso ao caixa da empreiteira em Goiás. Através da empresa o governo Perillo alugava cerca de 3 mil automóveis que serviam a polícia do Estado de Goiás. Enfim, perguntas não faltam a Cachoeira, e ele parece disposto a falar, em troca da própria liberdade.

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