sexta-feira, 23 de março de 2012

Ciclista do Caso Thor havia ingerido bebida alcoólica. E daí?

Bebeu no dia de folga. E daí?

Da redação

A Polícia Civil divulgou o laudo do exame toxicológico que apontou álcool no sangue do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, que morreu atropelado por Thor Batista, filho do empresário Eike Batista. O exame foi feito por peritos do Instituto Médio Legal (IML) e divulgado pela 61ª DP (Xerém, RJ), responsável pelo caso. De acordo com a exame, havia 15,5 decigramas de álcool por litro no sangue do corpo de Wanderson, quantidade considerada alta. Segundo a legislação federal, uma pessoa não pode conduzir um veiculo automotor se tiver mais de 6 dg/L de álcool na corrente sanguínea. O acidente aconteceu na rodovia Washington Luiz (BR040).
A legislação é omissa no que diz respeito a ingestão de álcool e a direção de bicicleta. O que não configuraria em responsabilidade do condutor Wanderson.
O delegado responsável pelo caso, Mário Arruda, acredita que a vítima estava no meio da rodovia quando foi atingida pela Mercedes Benz dirigida por Thor, ao contrário do que alega a família, que garantiu que o ciclista trafegava no acostamento. O delegado trabalha com a hipótese de que Santos foi atropelado ao cruzar a via. Um laudo técnico indicará a velocidade do veículo nos próximos dias.
O delegado não explica em que laudo tem se baseado para chegar a esta conclusão. Uma testemunha encontrada pela TV Bandeirantes afirmou categoricamente que o carro dirigido por Thor atingiu o ciclista quando este trafegava pelo acostamento. O vídeo com a reportagem pode ser visto aqui em Conexão.
Nesta quinta-feira, 22, a esposa e a mãe de criação do ajudante de caminhoneiro se encontraram com Thor no escritório do advogado Cléber Carvalho, que representa a família do ciclista. De acordo com Carvalho, o filho de Eike conversou por mais de duas horas com as duas mulheres, e durante a reunião, não foram tratados assuntos como indenização ou acordos.
“Durante o encontro percebemos que a finalidade era a mesma: reunir as partes envolvidas. Como havia uma disponibilidade de tempo e locomoção, reunimos as famílias para ter uma conversa com ele, sentar e olhar nos olhos. Foi um encontro entre humanos, sem a presença dos advogados. Eles choraram, se abraçaram e conversaram”, disse Cléber ao G1.

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