Investigação e antecipação ao crime: segredos |
Por Fábio Lau
O risco de ver recrudescer o crime organizado nas áreas de UPP é algo tão concreto quanto a certeza de que a menina dos olhos da Segurança Pública, sozinha, não vai acabar com os problemas provenientes do tráfico no Rio de Janeiro. Principal estudiosa da criminalidade na cidade que vai sediar a final da Copa do Mundo e será sede das Olimpíadas em 2016, Marina Maggessi é a entrevistada de hoje do programa Conexão Jornalismo (meio dia). O embate entre traficantes e polícia na Rocinha, a morte de uma liderança comunitária na favela, em plena luz do dia, são indicativos de que a situação está longe de poder ser considerada “controlada” pelas autoridades. Por isso mesmo, avessa ao discurso “chapa-branca” de que tudo vai bem onde se vê UPP, Marina avisa: “há risco claro e concreto de traficantes, agora instalados no alto da favela da Rocinha, descerem e fazerem um estrago na Zona Sul. Ainda dá tempo para resolver. Mas deve-se agir e não fingir que as coisas vão bem”. E o endereço dos bandidos ali é sabido, mas de difícil acesso: “estão na floresta!”, informa.
No governo Garotinho Marina Maggessi chefiou o setor de inteligência da Segurança Pública. Foi o período de prisões de criminosos como Uê e Elias Maluco, entre outros. A receita para chegar a eles era simples: investigação, investigação, investigação somadas a escuta telefônica oficial, liberdade de ação e pessoal qualificado.
Por conta disso, Marina não hesita em colocar o dedo na ferida que revela despreparo em muitos policiais que estão nas UPPs: “a maioria vem do interior. Não conhece a geografia dos morros, os hábitos dos moradores ou o modo de ação dos criminosos. São presas fáceis”. Entenda-se por presas fáceis PMs que foram atingidos mortalmente ou sofreram mutilações mais comuns a soldados de países em guerra: amputações e lesões de permanentes.
A entrevista completa você ouve ao meio dia em Conexão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário