Há poucos dias uma fotografia mostrando dezenas de cães mortos chocou muitos internautas. Especialmente aos desavisados. Um texto atribuía a matança a ação da PM paulista no episódio Pinheirinho. Na verdade as mortes haviam ocorrido em um lugarejo do Rio Grande do Sul há um ano. Os animais haviam sido envenenados. Agora, a repórter Conceição Lemes, localizou este menino de quatro anos que afirma ter visto seu cão ser alvejado por um policial militar durante a operação de remoção de moradores/trabalhadores do Pinheirinho. Conceição foi autorizada a ouvir a criança pelo pai do menino. Há depoimentos que de tão genuínos na sua essência, transpiram a verdade. Este é um exemplo. Abaixo a reportagem de Conceição Lemes onde ela revela outras denúncias de assassinatos de cães.
por Conceição Lemes
Desde 22 de janeiro, um dolorido lamento ecoa por todos os abrigos onde estão as quase 2 mil famílias expulsas violentamente do Pinheirinho por policiais da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal (GCM): “mataram o meu cachorro” .
A ativista Carmen Sampaio já perdeu a conta de quantas vezes já ouviu crianças fazerem o mesmo relato. Durante a desocupação, PMs mataram animais domésticos à bala. Ela ficou mais próxima de Pablo, 4 anos de idade, que viu o seu cãozinho ser assassinado pela PM. Hoje, Carmen me “apresentou” ao seu amigo.
“O Pablo é um menino inteligente, muito bem cuidado pelos pais”, conta-me. “Ele continua brincando, só que, de repente, diz ‘mataram o meu cachorro’. Às vezes está comendo ou conversando com alguém, para e sem ter por que repete ‘mataram o meu cachorro’. ”
Nem agora, após terem tido as casas e os pertences destruídos por ordem do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), e da juíza Márcia Loureiro, os ex-moradores do Pinheirinho são deixados em paz.
A Prefeitura de São José dos Campos e o governo do Estado de São Paulo continuam agindo, agora para expulsá-los dos abrigos. Clima de terror reina. PMs andam armados pelos espaços, espalhando pavor e medo nos despejados em geral, especialmente nas crianças.
Apesar de muitas terem tido os seus animais de estimação mortos por PMs, os pais têm medo de falar, pois a intimidação é escancarada. Mas o pai de Pablo deu autorização para Carmen gravar este depoimento. Assista-o, por favor.
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