quinta-feira, 1 de março de 2012

Conexão Jornalismo - Amorim anuncia punição para militares que criticaram governo - mesmo na reserva podem ser demitidos

Passarão!


Por Adriano Ribeiro 

BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Celso Amorim, decidiu nesta quarta-feira, em conversa com os três comandantes militares, que os  cem oficiais da reserva que assinaram o manifesto "Alerta a Nação - eles que venham, aqui não passarão": serão repreendidos por suas respectivas forças. A punição pela indisciplina depende do regulamento de cada um, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, e varia de uma simples advertência até a exclusão da força. Mesmo militares da reserva podem ser excluídos.
Nesse texto, os militares da reserva criticaram a interferência do governo no site do Clube Militar e o veto a um texto ali publicado que critica a presidente Dilma Rousseff e duas ministras. Nesse "Alerta à Nação", os oficiais afirmam não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de Celso Amorim.
"Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade", diz o documento.


Como no manifesto vetado no site do Clube Militar, o documento de terça-feira também critica a criação da Comissão da Verdade.
"A aprovação da Comissão da Verdade foi um ato inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo".
O texto publicado no site do Clube Militar atribuía à ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e à ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, declarações que estariam a serviço do que classificaram de "minoria sectária", disposta a reabrir feridas do passado. O primeiro manifesto polêmico foi assinado pelos presidentes do Clube Militar, Renato Cesar Tibau Costa; do Clube Naval, Ricardo Cabral; e do Clube da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, todos já na reserva.
No texto, dizem que Rosário vem apregoando a possibilidade de apresentação de ações judiciais para criminalizar agentes da repressão, enquanto Eleonora teria usado a cerimônia de posse — em 10 de fevereiro — para tecer "críticas exacerbadas aos governos militares", sendo aplaudida por todos, até pela presidente. Eleonora foi presa durante a ditadura militar e, na cadeia, conheceu Dilma.

Um comentário:

  1. Os militares NUNCA ENGOLIRAM a submissão ao poder civil e ao ESTADO DE DIREITO.
    A cultura militar brasileira tem raízes profundamente fincadas em conceitos hierárquicos de extrema rigidez, com fim de controle máximo e liberdade mínima, onde o que interessa é garantir a obediência cega dos subordinados a qualquer custo e o meio utilizado para alcançar esse fim são regulamentos disciplinares extremamente severos editados a despeito de qualquer preocupação com conceitos de justiça.
    As leis brasileiras não são respeitadas pelos chefes militares. Nem mesmo a constituição federal é respeitada. A despeito de qualquer lei nacional, eles cumprem normas elaboradas por eles mesmos, que permitem a prática, dentro de um mundo fechado, de absurdos jurídicos inqualificáveis.
    Agem através da imposição do temor ou da dissimulação de ações, conforme os interesses a serem atingidos. Devido a extrema rigidez de opiniões não têm habilidade no trato de questões que exigem raciocínio jurídico e são um desastre em assuntos de desenvolvimento social.
    São um constante risco à consolidação da democracia brasileira porque sempre tendem a resolver pela força das armas as controvérsias que não conseguem solucionar com a força dos argumentos.
    E que ninguém se engane pensando que existe diferença nas opiniões entre os generais da ATIVA e da RESERVA. São todos farinha do mesmo saco.
    A única diferença é que os da ATIVA ainda tem interesse em continuar se beneficiando das mordomias que o cargo proporciona, por isso posam de disciplinados e não abrem a boca, enquanto os da reserva, que já foram obrigados a largar a teta, cumprem a missão de porta vozes da categoria confiantes na impunidade
    Essa comissão da verdade é tiro de festim. Está sendo montada só para enganar os organismos internacionais que tem pressionado o Brasil cobrando uma postura do governo que não toma nenhuma iniciativa realmente efetiva contra os ex-ditadores brasileiros.
    O governo ainda está comendo na mão dos militares.
    Isso não vai dar em nada. Sequer responsabilização criminal dos envolvidos será possível pleitear pela comissão fajuta que já surge repleta de limitações justamente para não poder fazer o que teria que ser feito de maneira satisfatória.
    Acorda povo brasileiro!!
    É uma grande farsa. Uma enganação planejada e ensaiada.
    Uma satisfação tem que ser dada à comunidade internacional que realmente leva esse assunto a sério.
    Só por essa razão esse assunto incômodo ainda consta das pautas de decisão do Governo. Não fosse por isso já teria sido enterrado em algum lugar que ninguém sabe.
    É preciso convencer os gringos de que houve empenho para ficar bem na foto.
    Aqui ninguém tem peito nem coragem d eenfrentar nos tribunais os militares que já estão há muito tempo empenhados em amaciar autoridades que ocupam funções chave no governo e nos poderes constituídos.
    A verdade é que a impunidade ainda impera nesse sistema institucionalizado de corruptos e corruptores que se beneficiam mutuamente de interpretações fantasiosas e convenientes que permitem manter as coisas em constante estado de insegurança jurídica, onde a lei tem papel meramente decorativo e só é efetivamente cumprida e respeitada se não contrariar os interesses dos grandes.
    Somente uma intervenção internacional, isenta dessa nociva contaminação histórica enraizada nas nossas instituições será capaz de obter algum resultado realmente significativo e confiável.
    A quem interessa mostrar a VERDADE?
    A quem interessa manter a MENTIRA?
    Sabendo essa resposta você já sabe quem vai vencer essa disputa de forças desiguais.

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