terça-feira, 20 de março de 2012

Igreja Católica teria castrado meninos homossexuais na Holanda na década de 1950

segredos saem do confessionário
Crianças sob a tutela da Igreja na Holanda de 60 anos atrás eram submetidas ao processo de castração (mutilação dos testículos) a fim de reduzirem "desejos pecaminosos". O relato surgiu recentemente a partir de reportagem do jornal NRC Handelsblad. 


Por Sul 21



Segundo reportagem do jornal holandês NRC Handelsblad, na década de 50 a Igreja Católica daquele país teria castrado crianças com impulsos homossexuais para tentar reprimir esses desejos. O jornal teve acesso a um relatório de 2011 por uma comissão independente criada para investigar abusos sexuais cometidos por sacerdotes desde 1945.
Após a divulgação do documento, um inquérito parlamentar pode ser aberto para apurar outros casos semelhantes.
As informações são que as crianças que foram castradas estavam sob tutela da Igreja em internatos ou em clínicas psiquiatras, e alguns desses meninos que tiveram os testículos mutilados teriam sido vítimas de abusos sexuais de padres. A castração seria como um “ato de libertação” para aquelas crianças.


De acordo com a publicação holandesa em 1956, Henk Heit House, um adolescente de idade não confirmada, foi denunciado à polícia por ter, supostamente, se prostituído em um internato católico na província de Ontário. Depois de prestar depoimento na polícia o garoto foi levado para um hospício na igreja católica onde foi castrado.
Uma comissão de investigação foi formada, mas disseram que não divulgaram os outros casos de castração por falta de provas, o que o jornal desmente mostrando uma farta documentação que inclui até mesmo cartas da época que denunciavam esse tipo de violência.
As histórias desse período são retratadas como “chocantes e comoventes” e tem surpreendido a muitos.
O historiador Peter Nissen afirmou que a mutilação está em desacordo com a moralidade católica por violar a integridade do corpo humano. Além disso, ele disse que, por causa da superficialidade da investigação, era previsível que outros abusos viessem à tona, mas ficou surpreendido com essa “história chocante e comovente”.
Já Guido Klabbers, presidente da entidade que representa as vítimas de padres, disse que as revelações desses casos são “puro horror”, além de mostrar como a Igreja acreditava que podia resolver o “problema” dos meninos com predisposição à homossexualidade. Ele espera que seja aberto um inquérito parlamentar para que nada mais fique encoberto.
A conferência de bispos da Holanda apenas emitiu uma nota dizendo que lamenta essas novas histórias, “se de fato elas forem verdadeiras” e se colocou à disposição para ajudar a encontrar toda a verdade dessas denúncias.

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