Thor deixou o local do acidente e voltou espontaneamente |
O filho do empresário Eike Batista, Thor, de 20 anos, protagonista de um atropelamento com morte no sábado, que vitimou o ajudante de caminhão Wanderson Pereira, de 30 anos, abriu perfil no twitter para relatar o acidente - antecipando assim o teor do depoimento que terá que prestar esta semana. Pela sua narrativa, ele não prestou socorro a vítima no momento do acidente por estar impossibilitado emocionalmente. No texto fica a impressão de que ele e seus advogados foram os sujeitos ativos do episódio cabendo a Polícia Rodoviária Federal um papel secundário: "eu pedi para fazer o bafômetro", afirma Thor.
Leia o relato na íntegra:
1 - Descia a BR-040 após um almoço com amigos, coisa que faço uma vez por mes. No restaurante Clube do Filet em Itaipava.
2 - Durante todo o trajeto, a velocidade do veiculo SLR Mclaren permaneceu dentro dos limites da lei, realizei ultrapassagens. A Estrada
3 - Perto do local do acidente, nao tem iluminacao, por isso utilizava o Farol alto, farol de milha e farol de neblina. Trafeguei por ali
4- cerca de 6 vezes dentro de 1 ano, estava consciente que frequentemente ciclistas atravessam a faixa dupla da auto estrada.
5- Vinha na faixa esquerda com muito cuidado, sem ao menos dialogar com o meu carona, repentinamente um ciclista atravessou do
6- acostamento do lado direito ate o meio da faixa da esquerda, onde trafegam veiculos. Minha imediata reacao foi aplicar forca total nos
7- Freios do carro, segurando o volante reto, mas infelizmente foi impossivel evitar a colisao.
8- Me recordo que Wanderson empurrava a bicicleta com o pé esquerdo no chao.
9 - Sentado, porem, no banco da bicicleta. A frenagem trouxe o carro de 100 KM/H até 90 KM/H até o momento da colisao apenas, infelizmente.
Eu conduzo carros com transmissao automatica com 1 pé no acelerador e outro no freio, o que possibilita uma reacao muito mais rapida.
10- Após a colisao, a pressao no pedal do freio continuava, trazendo o veiculo ate 20 Km/h . Meu dever era levar o veiculo ate o acostamento.
11- O forte impacto quebrou o para-brisa, provocando cortes no meu corpo e impossibilitando a minha visão
12- Abri, entao, a porta do motorista, botei a cabeça para fora do carro e conduzi o veiculo ate um local seguro, evitando outra colisao.
13- Estacionei o carro longe da colisao, diria que 200 metros de distancia. Liguei o pisca-alertas e com o auxilio de outros consegui sair.
14- Estava com dores no corpo, com muito sangue no corpo, tremendo de nervosismo, traumatizado. Nunca tinha sofrido um acidente.
15- Por estes motivos, eu estava fisicamente, psicologicamente e emocionalmente INCAPACITADO de prestar socorro ao Wanderson.
16- Outros motoristas vieram me auxiliar. Pedi para que os mesmos chamassem ambulancia urgentemente e prestassem socorros, ja que eu tive -
17- Que ser levado urgentemente ao posto medico do pedágio a 3KM de distancia da colisao, pois sangrava muito e estava atordoado.
18- Ainda no carro a caminho do posto medico, liguei para uma das pessoas que se responsabilizou por prestar socorros a Wanderson.
19- Pois queria muito saber o estado da vítima.Fui informado que a ambulancia ja estava no local da colisao e havia constatado, infelizmente
20 - fui informado que a Wanderson Pereira dos Santos havia falecido. Fiquei sem reação no momento.
21- Chegando no posto medico da CONCER, ao lado do pedágio, os enfermeiros me levaram para dentro de uma ambulancia. cuidaram primeiro
22- do carona, que suspeitava ter fraturado a mao.Na minha vez, ele constatou que eu precisava ir ate um Hospital urgentemente
23- Pedi ao menos para que o enfermeiro jogasse soro no meu braco direito, todo cortado, antes de partir.
24- No meu caminho para o hospital, liguei antes para meu medico, Dr Fabio de Oliveira Jucá. Ele recomendou que eu fosse atendido em minha
25- Casa, e que iria ao meu encontro. Fui levado entao para minha casa, como o medico sugeriu
26- Chegando em casa, contra a ordem do medico, cheio de sangue, cortado e traumatizado, resolvi voltar ao local da colisao para apoiar
27- a Familia e amigos de Wanderson. No caminho de volta, fui informado que houve muito dilaceramento no corpo.
28- Chegando no mesmo pedágio de antes, notei uma movimentacao no posto da POLICIA RODOVIARIA FEDERAL, pedi para ser deixado ali.
29- Ao sair do carro, conversei com alguns agentes da PRF. Um deles me recordo o nome, Agente Penin, sangue O positivo.
30- Perguntei se a vitima tinha recebido assistencia medica. Os agentes me informaram que ele estava sendo retirado naquele momento.
Pedi, imediatamente para que eu fizesse o teste do Bafometro. O resultado foi 0,0. Perguntei entao quais seriam os procedimentos que eu -
32 - deveria tomar, se eu devia voltar ao local da colisao ou se devia prestar depoimento á PRF.
33- Fui levado para dentro da cabine da PRF, onde descrevi todo o ocorrido, num formulario da PRF e assinei, com meus dados pessoais.
34- Um agente da PRF sugeriu que eu fosse numa outra delegacia, mas o meu advogado que estava presente sugeriu que fosse melhor deixar para
35- um outro dia, pois poderia haver muita imprensa na outra delegacia e ia ser ainda pior pra mim, mais uma vez a imprensa ia querer fazer
36- injustiça comigo. Fui autorizado pela PRF a voltar para casa, para que dessem auxilio médico de emergencia, pois eu ainda estava
37- sangrando, com pedacos de vidro da cabeça aos pés. Me ocorreu na hora que eu faria questao de dar todo o apoio á familia de Wanderson.
38- Ordenei que meu advogado entrasse em contato com a familia da vitima, garantindo que EU ia prestar auxilio, assim como pagar o enterrro.
39- No dia seguinte, meu advogado me informou que havia sido feita a pericia do carro no local do acidente, e que o carro teria sido
40- liberado pela PRF para que pudessemos traze-lo para casa, garantindo deixá-lo intacto.
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