Joseph Kony, o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA) em Uganda, converteu-se hoje num nome muito conhecido nas redes sociais, ao ser objeto de uma campanha, “Kony 2012” , destinada a divulgar os abusos e o terror que durante mais de 25 anos ele tem proporcionado ao país. O vídeo postado sobre o drama das vítimas e relatando as ações de Kony já teve mais de 60 milhões de acesso. (Veja o vídeo abaixo).
Kony, segundo acusações que correm o mundo, seria integrante de uma milícia de caráter religioso dos mais radicais e que tem como base os dez mandamentos do Velho Testamento.
Através desta campanha, a organização “Invisible Children” (Crianças Invisíveis) procura revelar a ação do já denominado “Charles Manson” de Uganda, especialmente contra as crianças, que são seqüestradas. Os rapazes são obrigados a converter-se em soldados, enquanto as meninas são transformadas em escravas sexuais.
Charles Manson foi um maníaco americano que se notabilizou por atrocidades contra crianças na segunda metade do século passado e que diziam ser a reencarnação de Jesus Cristo.
Os integrantes do bando de Kony, cerca de 500 milicianos, afirmam que os "espíritos" comunicaram diretamente ao seu líder (Kony) a missão que deveria cumprir.
A “Invisible Children” conseguiu chamar a atenção do governo Obama, que enviou uma centena de assessores para Uganda a fim de ajudar o governo ugandês e o próprio Exército a deter Kony.
Além disso, tem ajudado as crianças ugandesas através da construção de escolas, centros comunitários, entre outras ações, sobretudo apoiando vítimas do LRA. A visibilidade do drama destas crianças é outro objetivo do governo Obama.
Embora agora o governo de Uganda tente capturar Kony, é uma prática comum na região o recrutamento de crianças por órgãos oficiais. Por ironia, hoje o governo arregimenta menores para enfrentar o bando armado de Kony e sua milícia.
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, Luis Moreno Ocampo, divulgou pormenores sobre o processo levantado contra Kony: 33 acusações, 12 das quais são por crimes contra a humanidade, incluindo homicídio, escravidão, escravidão sexual e violação de direitos. As outras 21 acusações são por crimes de guerra, incluindo assassinatos de prisioneiros, crueldade contra civis, ataque intencional contra a população civil, pilhagem, indução à violação e alistamento forçado de crianças nas forças rebeldes.
Ocampo afirmou que “Kony raptava mulheres para as oferecer como prêmio aos seus superiores”.
Joseph Kony, que se encontrou com muitos dirigentes africanos em diferentes momentos, tem negado todas as acusações embora se mantenha escondido.
O documentário “Kony 2012” tem imagens duras, que correspondem a uma realidade vivida por milhares de crianças ugandesas nos últimos 25 anos.
Assista ao video:
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